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terça-feira, 15 de novembro de 2016

Poema - quanto do amor podes suportar?

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Não quero a sorte de um amor tranquilo


O amor é uma corda estirada entre as extremidades de um abismo
Como pretender que caminhemos nos equilibrando nela?
Existir é uma experiência tensionada: há muitos riscos, nenhuma garantia
E o caminho é infindo quanto mais caminho mais distante fico
Das regiões para as quais se inclina meu desejo
Toda minha fisiologia é marcada por tensões, arroubos e vazios
Sou atraído pelas profundezas, pelos recônditos do lirismo oceânico
O amor deve ser uma inundação de corpo, uma escavação do espírito
Que todo corpo amante seja um templo de adoração do desejo!

Não quero a sorte de um amor tranquilo
Quero um amor que morde, que coma, que aplaque
Todo o tensionamento do desejo que pinga
Eu oscilo entre os extremos, resido nos subterrâneos
De sentimentos que poucos podem habitar
Angústia? Seu nome é intimidade
Conheço-a profundamente, sua nudez congênita

O amor deve ser o mais belo risco, o maior de todos
O mais desconcertante, o mais perigoso salto
Para o vazio do desespero, para a escuridão do abandono
A força de um ser humano se mede pela seguinte pergunta:

Quanto amor podes suportar?


(BAR)