Para uma revolução feminina do amor
"O filósofo francês André Comte-Sponville
escreveu, certa feita, algo como "foram as mulheres que inventaram o
amor". Portanto, me parece que só elas podem livrar o amor da agonia a que
ele sucumbiu entre nós, homens ocidentais do século XXI. Urge que se levante
uma "revolução feminina do amor". Que as mulheres se reapropriem
daquilo que lhes pertence por natureza: o amor. Amor que conheceram, desde que
sentiu crescer em seu ventre um novo ser indefeso, tão dependente de seus
cuidados. É nessa experiência de cuidados com este ser gerado em seu corpo que
a mulher inventa o amor e proclama sua máxima: "AMAR É CUIDAR".
Cuidar do que é nosso, cuidar dos que dependem de nós, cuidar para que a vida
resista à sua tendência para a morte, dada a fragilidade que lhe é inerente.
Não ignoro que o amor seja experiência de conflitos, de inseguranças e temores;
mas, essencialmente, é experiência de cuidado, coisa de que as mulheres sabem
bem, pois vivenciam isso, não só como mães, mas sempre que, olhando para o
mundo com sua sensibilidade que lhe alarga o próprio olhar, se dão conta dos
desprotegidos, dos miseráveis, dos desgraçados, dos indefesos, dos
marginalizados; em suma, de toda sorte de desditosos que a ética masculina da
dominação e da guerra de todos contra todos que se opõem a ela tratou de
empilhar à margem do coração dos dominadores"
(BAR)
Eis o que me parece ser o amor perfeito (que se perfez)
(BAR)
Eis o que me parece ser o amor perfeito (que se perfez)