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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

palavras maltrapilhas


                      

                      
                          Suspiros da alma


Eu que me vire com essas palavras mal vestidas, maltrapilhas.  Eu leio para suportar a vida. Cada palavra esconde um abismo, onde o tédio e o gosto amargo ficam enlaçados ao descontentamento. Cada palavra faz-me reprimir o entulho de frustrações pretéritas, nas quais os amores plenos de imaginação nunca vividos encontram raízes. Despertei de um sono entorpecente quando aprendi a viver a filosofia. E mais elevado tornou-se meu espírito das Letras! Mais vale abandonar as “certezas” e se entregar aos desafios do pensamento.
São poucas, deveras, poucas as pessoas que me parecem interessantes. E não encontro as razões por que tal me pareçam. Bem sei que não me enquadro. Os esquadros de minha alma traçam figuras irregulares. Entre mim e o mundo não há coesão rija. Estou ligado ao mundo o suficiente para não me apegar. O apego mascara carência sob uma catadura de afeição. O apego sempre me pareceu algo degradante.
Malgrado me esforce por evitar estar a sós com os pensamentos, que teimam em conduzir meu espírito para os grandes salões da angústia, ao som de uma nota fúnebre de desespero, eles conseguem capturar minha alma, ao primeiro sinal de distração. Ponho termo a este texto para conservar a sua integridade. Custar-me- ia catar seus pedaços.