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domingo, 9 de outubro de 2016

POEMAS DE DESILUSÃO



                                            Resultado de imagem para desenho Don juanResultado de imagem para desenho do cafajeste
                                                               


Conselho


Se queres o amor de uma mulher
Jamais lhe dês tudo que ela quer
Nunca a ela te entregues totalmente
Conserva a distância; ama-a desinteressadamente

Raramente escrevas-lhe frases de amor
Sê firme e amável, jamais apaixonado
Não lhe desnudes o que há em teu interior
Se queres o interesse. sê desinteressado

Jamais acredites em sua fidelidade
Beija-a com ardor, fingindo sentimento
Alterna doçura com severidade

Faze-a rir mas só raramente
Nunca dela esperes compreensão
Pois o desejo de uma mulher é contradição.


(BAR)

O cafajeste


O cafajeste não se apaixona; pula carnaval
É mestre em encarnar a fantasia feminina
Domina a arte de obter prazer carnal
É tipo de homem que a mulher fascina!

Ele finge ser carinhoso e compreensivo
Sempre dispõe de outras e rejeita compromisso
Jamais bajula, mantém-se distante e misterioso
É o amante perfeito: dá prazer sem ser pegajoso

A mulher entre o desespero e a esperança
É envolvida na arte da representação
Que a torna dependente como a criança

O cafajeste que do amor só conhece a impressão
É entre os homens o mais astuto e esclarecido
Sabe como fisgar a presa sem ser iludido


(BAR)

quinta-feira, 28 de março de 2013

"Poesias são borboletas da alma; tesouros da ausência; relicários da loucura." (BAR)





Canto amargo


Eu quero o canto doce e amargo
De um amor humano que nada espera
Nem lindo verão nem linda primavera
P’ra este instante é que eu o aguardo

Se por ventura a alma me inunde docemente
Com promessas sonoras de eternidade
Terei apenas a certeza de que mente
Como os amantes que só dizem a verdade

Se relutante inda em minh’alma permanecer
Silenciarei meu coração por toda a vida
Nem mais um verso haverei de escrever

E tendo então a alma um canto de despedida
Quando chegar-me a hora de morrer
Direi do amor só conheci a dor maldita

(BAR)





Confissão

Se me amas como dizes realmente
Confessa-mo no silêncio de teu coração
P’ra que só eu saiba desta confissão
E possa então dormir alegremente

(BAR)





Contradição

Se me amas com a mesma veemência
Com que me declaras tua dor
Então me dizes por que tão funda carência
Se a ti dedico todo o meu amor?

(BAR)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Poemas de outrora





Pecador

Sentes como tremes de ardor?
Sentes como sofres, pecador?
Sentes tudo quanto é Dor?
Sentes medo?
Sentes pavor?
Sentes Amor.

Sentes quão daninha é cega obediência!
Sentes quão gélido é o cárcere do Adorador?
Sentes a estupidez furtar-te o prazer?
Sentes a vida em teu esperar esvaecer?
Sentes o abandono, a vã Esperança
Que se hospeda inóspita em teu seio?
Sentes reivindicar a vida teu legítimo receio?
Sentes a univocidade do humano?
Sentes sacramentado o eterno profano?
Sentes o seio rasgar quão Divinal Dor?
Sentes medo?
Sentes pavor?
Sentes Amor.

(BAR)




Virgem do mar

Esta poesia é indecente... Quem o diz é tolo
Esta poesia é uma pálida virgem crente
Que a mão à concha pura leva em gozo
A Dioniso o corpo oferta impenitente

De noite, ao morcego vesgo que a escuridão
                                                          [abraça 
Sorri facínora diabolicamente extasiada...
Á serpente viscosa que sobre o corpo se arrasta
Doa-lhe ternamente os seios que o diabo agrada

Da manhã o véu plácido o acúleo lhe envolve
Numa angélica solidão num beijo abriga a reentrância
Do Mar por onde navegam os sonhos de infância

Esta poesia é uma virgem que no mar descobre
O Amor etéreo que dos Céus torna noiva o Inferno
- É a abelha de Éfeso que Minos enlaça terno.


(BAR)




Versos noturnos

Estes versos, ao meditar ufano
- Sombras que a claridade afaga
São profundos como um anjo
Que ao uivar da noite me guarda.

Salvando-me das penhas altas
Que em teus olhos arredios trazes
Os versos tristonhos como flautas
De Pã, cinge o infinito em teus altares!

À noite, vens como imagem flutuante
Caridosa, te aconchegar-me nos versos
Sinto-te o viço em verve, penetrante

Ouço-te a voz que caminha em regressos
Ao tempo de um amor que o seio arfante
Inundou de sonhos noturnos e re-versos. 

(BAR)

domingo, 24 de junho de 2012

Poemas para a saudade





A poesia de outrora


Queria a poesia de outrora
Talhada na dor e na melancolia
E ver de novo a alma como agora
Saudosa da mortalha da alegria

Os versos de antanho que bendiziam
O amor das horas solitárias
Que em minha alma morriam
Em veladas noites funerárias

Não é mais a poesia dor fremente
Monumento de paixões temerárias
É um motivo para compor tão somente

Mas não tendo mais a dor pulsante em mim
Que me animava a alma e a poesia
Morre-me a saudade de amar sem fim!


(BAR)





Imersão

Quero uma imersão duradoura
A poesia de outrora caducou
Repleta antes de rimas e melancolia
Metricamente esculpida no ventre da alma
O encanto se esfacelou!

O espelho me lembra quem não sou mais
O jovem que em versos exaltava o amor
Erigia ao sofrimento templos de culto!
Porque dele se nutriam os versos

Quero uma imersão mais duradoura!
Uma comunhão de espíritos desconformados
Afinidade nas letras do descontentamento
Amantes da labuta do pensamento
E do romance que arrebata noites comuns!

Quero uma imersão mais duradoura!
Que outrora punha o mundo entre parênteses
Para só o amor ocupar-nos os pensamentos!
Quero uma imersão mais duradoura!
Porque viver à margem é atar a alma ao desalento

Mas a margem é preferível quando o meio é raso
Margeio as vivências superficiais como o marinheiro
Que deseja navegar por águas profundas
Lá onde a imersão é possível
E o que nos espera não sabemos!

(BAR)

terça-feira, 27 de março de 2012

Poeminhas noturnos




Canto o amor
Como um aposentado
Tenor

(BAR)


A noite é mais sóbria
Quando não a bebemos

(BAR)


O silêncio em mim ressoa
Sombras de amores
 Que ficaram enterrados
Na alma

(BAR)


Quando tu falas
Eu calo
Apenas para ouvir-te melhor
E quando silencias
Permaneço calado
Para compreender-te

(BAR)


Outrora, a poesia em mim
Tinha uma graça incomum
Era mais bem talhada
No sangue
Nas lágrimas
Era doce
Era árida
Era um canto
Uma agonia exorcizada

(BAR)


Poemas não nascem
São abortados
Não há horas
Certas, precisos instantes
Quando sentimos
Eles estão ali
Apesar de tudo
Vivos e pulsantes!

(BAR)


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Poemas da madrugada




O Sentido


Quero que nesta madrugada
Quando dormir
O sono tranquilo
Meu espírito alcance
Maior compreensão
Do Amor
Da Vida
Da Paixão
Que o dia seguinte
Assentada sua luz
Me cubra de alento
E a sabedoria
Me acolha
No seu conforto
Assim repousarei
Na serenidade
Daqueles que já viveram muito
Já perderam muito
Sofreram muito
Amaram muito
Mas compreenderam
O SENTIDO.
A isso chamam
MATURIDADE

(BAR)



Infância

Eu ainda animo a criança
Que vive a brincar em minha alma
A jogar com a inocência
Equilibrando a ingenuidade
Apenas para não deixar
De AMAR
E acreditar
No AMOR

(BAR)







Infantil

A infância de minha alma
Só conhece uma única palavra
AMOR
Por isso amo como a criança
Que precisa de amparo
Por isso conservo na alma
A infância
E a ânsia
De amar (em excesso)
E ser mais amado

(BAR)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

poemas





                                                                             
                                                                                 Passarinho

O amor é um passarinho
Que no Céu vive a pairar
Eu, de meu leito, o via pertinho
Levando-me no bico a dor de sonhar.

Descaía suave, cessava o santo vôo
Nos meus lábios, pousava o febril consolo
Dos olhos cerrados, uma lágrima ousada
Pendia ao ver que alheio se afastava

Voava! Na distância constelada e infinita,
Se perdia, ruflando as asas de Ouro!
Se via a mim numa dor incompreendida,

Voltava! De uma compaixão, mimoso,
Consumido. Uma Flor Azul no bico levava
E na mih’alma, jazida, a Flor deixava.

(BAR)





Verme lírico

Toda venusta mulher que a Lira inflama
Leva vaidosa um poeta preso ao sapato
Tépida! Posto que honrada levante da cama
E apaga d’alma o sonho que tem sufocado!

Livre! Leve! Lívia! Namora a vaidade
A mulher que clama e infunde canto
N’alma do poeta – verme lírico e nefando!
Que verte da terra imunda a Eternidade!

Toda bela mulher quando os densos versos
Líricos do poeta merencório, lê altiva
Mais melindroso do poeta o seio fica

Enche-se de entulho verbal anacreôntica ode
A bolsa de quinquilharias, os seios dispersos
Nua, ao deitar, a mulher o sapato remove.

(BAR)

sábado, 16 de julho de 2011

Poemas das horas invernais



Chamada


Ei! Psiu!
Vê se me enxerga!
Sou poeta!

(BAR)



Sem volta

No amor,
Não há volta
Que percorra
O mesmo caminho

(BAR)




Adversos

Um dia eu sonhava
Que amar só bastava
E foi então que a vida me ensinou
Que só amor não basta
E entre os versos
Da alma
Interpõem-se
Os adversos
Da vida

(BAR)


Cambaleante

Excesso no amor
Leva à embriaguez
E o coração cambaleia
Bêbado
Torto
Titubeando
Continua trombando

(BAR)



Casamento moderno

Dê-me a sua receita de amor
Que eu lhe dou meus ingredientes
Fidelidade
Dedicação
Confiança
Cumplicidade
Companheirismo
E
Desejo
Misture isso no coração
E qual será o resultado?
Dez anos de terapia

(BAR)


Carência

O amor não é necessário
Quando se tem
A vida inteira pela frente
Ele é necessário
Quando a vida
Nos escapa
A cada dia

(BAR)


Náufrago

A bóia do amor é o coração
Que nos mantém a salvo
Exceto quando se vai
Em direções contrárias
Deixando-nos amparados no acaso

(BAR)



Direções

O amor tem muitas vias
Caminhos que nos levam
A uma mesma direção
A
do coração
Só não se pode
Entrar na de mão-dupla
Que nos leva
Ao contrário
De sua razão

(BAR)



Vocabulário

Ao poeta
A falta do amor
É abundância
De palavras


(BAR)


Maturidade

Amarei talvez as de trinta
Talvez
Talvez as de vinte e cinco
Amarei as independentes
Sensatas
Decididas
As mais experientes
Amarei a todas alegremente
Sem delas nada esperar
Amarei por um instante
A brevidade de todo amar

(BAR)


Asas

Quero um amor
Que me tenha em casa
E que me dê asas
Ao coração

(BAR)


Somos dois

A única diferença
Entre sexo e amor
É que no sexo
São necessários dois

(BAR)


Suicida

O suicídio do coração
É amar à distância
A lembrança
Do ser amado

(BAR)



O início

O cuidado com o amor
Começa
No berço da alma
Quando os sonhos
Ainda engatinham

(BAR)



Acordo

No amor
Há o acordo
Dos corações
Há coincidência
Dos desejos


Na vida
No entanto
Muitas avenidas
Muitas idas
Muitas voltas
E revoltas
Pelas vezes
Que erramos as entradas
E entramos
Nas estradas sem saídas

(BAR)


Ausente

No amor
Só há uma única lição
A felicidade existe

Na vida
São muitas as lições
E descobrimos que a tristeza
Bebe no cálice da alegria
E toda manhã
Trará um dia
Que o céu acende
E
Assim
De repente
A noite chega
O céu apaga
E logo
Faz-se novo dia
E vão-se arrastando
As horas
E martelam as incumbências
As urgências gritam

No amor
Só há uma única lição
O mundo deve estar ausente
E nada para o amor
É mais urgente
Do que o bem-estar
Do Coração.

(BAR)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

"O amor se descomplica, descomplicando a vida" (BAR)



"O amor se descomplica
Descomplicando a vida" (BAR)

“O tempo do amor é prazer único
O resto são tempos que aturamos” (BAR)

“Se nada na vida é por acaso;
O amor é um acaso feliz e raro” (BAR)

“Se não há tempo para o amor
É que nós não estamos no tempo dele” (BAR)

“Se o amor fosse tudo,
Nós não precisávamos acordar cedo” (BAR)

“O amor são dois
Não há metade” (BAR)

“A alegria do amor está em compartilhar
Um tempo que, se perdido"
Nos fará chorar” (BAR)


“O amor pode não ser tudo
Mas é o bastante para nos contentar” (BAR)


“O amor exige um tempo em comum
Cedido inteiramente
E não em doses homeopáticas” (BAR)

“O amor não é homeopatia
É tratamento clínico” (BAR)

"O problema da distância
para o amor
É nós nos acostumarmos a ela" (BAR)


"O amor requer presença
Cuidado (BAR)
Tempo e convívio"

"Eros é nobre quando esvazia de si
O ego                                                
E se contenta
Sem nada mais esperar"


(BAR)
"O amor  
Sem sexo       
           vira amizade"     (BAR)



"O amor é uma busca reticenciosa (BAR)
Uma reticência...
Que nunca desistimos de completar"