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domingo, 7 de dezembro de 2014

Poema - "O amor premia os que a ele não se dobram; e pune implacavelmente os que diante dele se ajoelham" (BAR)


                                              






A arte de amar

São os mesmos caminhos
As mesmas paisagens
Os mesmos atos impetuosos
Os roteiros são os mesmos
O palco e a orquestra
O mesmo canto
Uma lógica irrefletida


O mesmo imperativo
A compulsão à repetição
Repetem-se os cenários da alma
A tirania da imaginação
A convidar-me aos enlevos líricos


A arte que descubro é outra
Convém aprendê-la e dominá-la
A mentira ensaiada com sinceridade
Bordam as venturas do amor
Que se evita por prudência
A rejeição carreia a atração
A indiferença governa o desejo


O amor como a arte deve ser uma mentira crível
Uma tékhne que dominam apenas os astutos
E que produz o deleite sem a paixão
Um mal insidioso que enfraquece
É àqueles que se reservam os céus

No combate do amor, são os “maus” que prosperam
Porque eles estão acima do bem e do mal
Ou disfarçam o engodo com promessas erradias
São os fortes operários da desconstrução
De uma (i)logicidade tirânica
Que hospeda em seu bojo o princípio da contradição



Quanto aos bons, acostumados que estão
Ao é dando que se recebe – lógica dos ingênuos!
Estes nunca provarão das delícias desejadas
Continuarão a navegar sem rumo
Acossados por tempestades psíquicas e emocionais
Estes serão considerados fracos, escravos
Inaptos pela severa lei de Eros
Que determina:
“Decifra-me ou te devoro”

(BAR)