sábado, 8 de outubro de 2016

Poema - A mulher







O enigma

O enigma


O que a poesia une
O cotidiano separa
Minha sensatez confunde
Mania filosofante
Querer dar razões
Ao que só admite motivos
E motivos desconhecidos
Que se ignoram ou se disfarçam
Com as máscaras do desejo

Que queres, afinal?
Já não sei, nunca soube
Nunca saberei
A mulher é o maior enigma da Natureza
Ela quer tudo e nada ao mesmo tempo
Quer não querendo, e não querendo quer
Assim é a mulher
Sua lógica opera às avessas
As conclusões precedem as premissas
O efeito se dá sem causas aparentes
Tudo nela é indefinição
O que ela diz não corresponde ao que ela quer
Ou ao  modo como se comporta
O que diz num momento
Contradiz no momento seguinte
A mulher a lógica entorta

O seu desejo tem as duas faces de Jano
A porta de entrada é a da saída
A porta da saída é a da entrada
Toma metáforas por ambiguidades
Ambiguidades por metonímias
Perturba a linguagem das emoções
Diz e se contradiz dizendo o que não diz
Simula, dissimula, emula
Se queres compreendê-la,
Prepara-te para a loucura.


(BAR)

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