Não poder amar
Hoje, não sei que sinto
Se é tristeza ou se insisto
Fazer da Dor um abismo
Sinto uma vaga carência,
O amor na florescência
De minha alma deixo estar
Mas sinto não poder amar
Por quê?! Amor, teus olhos,
Impressos na mente, desejo-os!
Te não vejo: vive a vagar!
Foge do enlaço de meus colos
Onde jamais te vi pousar
Estou entediado, te enfadaria!
Se de tua boca a alegria
Alçasse vôos no Céu de tua face
Virias... Amor!... com desgosto
Que nos olhos mora um gosto acre.
Por isso, prefiro o quarto escuro
Os livros, a prece de um mudo,
Prefiro amar-te em segredo,
Prefiro não te fitar... pois sei,
Cairias das nuvens em que moras
Dirias, meu Anjo, que me reprovas
O medo que em mim hospedei.
(BAR)